Mindfulness na Psicologia
O mindfulness é dos principais tipos de práticas meditativas com origem na filosofia Budista e considerada como o “coração da meditação Budista”. Mindfulness tem origem na palavra Pali sati e na palavra Sânscrito smirti que significa consciência, atenção e recordar - recordar no sentido de nos lembrarmos de trazer a atenção para o momento presente, de momento a momento. O mindfulness, traduzido em português como atenção plena, é definido como um processo em que trazemos “intencionalmente a nossa atenção para o momento presente com uma atitude interna de não julgamento” (Kabaz-Zinn, 1994, p. 4), um ato deliberado para cultivar a nossa atenção no momento presente e recordarmo-nos de observar com constante clareza o objeto da nossa experiência do momento presente. Os objetos de experiência na prática de mindfulness podem incluir a respiração, as sensações no corpo, os pensamentos, as emoções, o movimento, os sons, etc.
O mindfulness é, sem dúvida, uma prática milenar com base em conceitos e princípios da filosofia Budista que integram um conhecimento profundo da natureza humana. No entanto, o boom desta prática no Ocidente e a sua aplicação na psicologia iniciou-se em 1975, quando o Dr. Jon Kabat-Zinn, médico e cientista de medicina preventiva da Universidade de Massachusetts, desenvolveu um programa de redução de stress baseado em técnicas de mindfulness – Mindfulness-Based Stress Reduction Program. Este programa tem uma estrutura rigorosa e um protocolo preciso que integra princípios da prática de mindfulness , exercícios corporais da yoga (origem na Índia) e abordagens psicológicas (da psicologia ocidental) para redução de stress e desenvolvimento emocional.
Este programa teve, e continua a ter, uma aderência espantosa nos E.U.A. , Canadá e, mais recentemente, na Europa onde o seu efeito terapêutico, em variadíssimas patologias físicas e psicológicas, tem sido demonstrado de uma forma consistente e significativa ao longo de várias décadas de estudos científicos, incluindo pacientes com cancro, dor crónica, fibromialgia, insónia, depressão, ansiedade, doenças cardiovasculares, entre outros (mais informação na nossa página em Estudos).
Dado os extraordinários resultados do MBSR, outros programas baseado em técnicas de mindfulness foram desenvolvidos por psicólogos e médicos no sentido de integrarem o mindfulness e abordagens terapêuticas psicológicas a distúrbios específicos ou populações alvo precisas, como foi o caso do:
(1) Mindfulness-Based Cognitive Therapy ( Terapia Cognitiva Baseada em Práticas de Mindfulness) direcionado para casos de depressão e relapso de suícidio
(2) Mindful Eating (Mindfulness em Distúrbios Alimentares) que integra abordagens psicoterapêuticas e as práticas de mindfulness para apoiar e guiar na recuperação de distúrbios alimentares. Estes são alguns exemplos dos programas desenvolvimos, mas neste momento contamos com programas direcionado para crianças, idosos, empresas, entre outros.
Todos estes programas têm demonstrado resultados significativamente positivos, no entanto, é preciso realçar que quando falamos nos benefícios da meditação mindfulness na psicologia e medicina, revelados por estes estudos, referimo-nos, maioritariamente, a estes programas baseados em técnicas de mindfulness desenvolvidos de uma forma rigorosa e sistemática os quais integram as práticas milenares de meditação mindfulness do Budismo, mas também o conhecimento da psicologia e medicina Ocidental, ou seja, são programas onde há uma integração e encontro entre a sabedoria Oriental e Ocidental.
Atualmente o mindfulness é uma terapia cognitiva comportamental (de 3ª geração) e utiliza em contexto clínico com efeitos terapeuticos a nível de condições físicas e psicológicas variadas. É igualmente, uma abordagem que nos permite melhorar o bem-estar, fomentar a inteligência emocional e resiliência.
Ler mais sobre:
O que é o Mindfulness (aqui)
Estudos Científicos (aqui)
Ser Integral: Centro Português de Mindfulness