Como funciona a meditação mindfulness?

Artigo Publicado na revista Online EsmeraldAzul

26 Julho 2014

 

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No artigo desta quinzena não vou focar em doenças, patologias, estudos científicos ou apresentação de estatísticas sobre o mindfulness e a sua aplicação clínica.

 

Antes, vou partilhar, como o mindfulness funciona. Isto porque muitos são os que nos questionam como é que o mindfulness tem aplicabilidade num leque tão variado de desequilíbrios físicos e psicológicos.

 

Quando lemos sobre algo que tem benefícios tão alargados a dúvida interna surge porque todos sabemos que não há curas milagrosas, nem apenas um remédio que cure todos os males.

 

Sem dúvida o mindfulness não atua diretamente na cura dos sintomas, mas antes em mecanismos psicológicos que têm um impato direto no nosso bem-estaremocional e mental, assim como no corpo físico – daí reduzindo sintomas e reequilibrando patologias.

 

Está mais do que confirmado que o stress psicológico tem um impato adverso no nosso corpo físico e estáassociado a variadíssimas patologias psicosomáticas. Da mesma forma, quando harmonizamos os nossos níveis de stress através de ferramentas que nos permitem cultivar e manter o equilíbrio face aos desafios externos do dia-a-dia isto tem, imediatamente, um impato direto na nossa saúde.

 

De uma forma básica este é o caminho por onde o mindfulness atua – aprendemos através da abordagem terapêutica do mindfulness a cultivar ferramentas para percepcionar, reconhecer e nos relacionarmos de uma forma construtiva e adaptativa com a experiência do momento presente. Ao mudarmos a forma como experienciamos uma determinada situação, imediatamente esta tem um impato diferente no nosso bem-estar físico e emocional.

 

Relembrando, mindfulness é uma forma de intencionalmente encontrarmos cada momento da nossa experiência com consciência plena, sem julgamento e sem crítica, e com uma atitude interna de aceitação. A prática de mindfulness é baseada no treino mental que nos permite prestar atenção e notar o que está presente aqui e agora – seja estímulos externos ou internos, emoções, pensamentos, sensações no corpo, sons, etc.

 

Alguns dos processos psicológicos associados aos efeitos do mindfulness incluem:

 

Regulação da atenção: aprendemos a manter o foco da nossa atenção no momento presente da experiência. O stress resulta da nossa constante projeção dos pensamentos no futuro ou ruminação do que aconteceu no passado. Estamos sempre a pensar no que ainda temos que fazer ou a reviver constantemente situações que já aconteceram. Neste movimento futuro versus passado perdemos a oportunidade de viver no único momento que existe – o momento presente- e onde a maioria das vezes não está presente qualquer estímulo de stress ou tensão. E mesmo que este seja repleto de estímulos stressantes aprendemos a estar com essa experiência de uma forma receptiva, curiosa e sem julgamento – aceitando a experiência que surge em cada momento – porque esta aceitação nos permite agir de uma forma mais discernida e equilibrada em vez de reagirmos impulsivamente á situação presente.

 

Consciência Corporal: aprendemos a ter consciência do nosso corpo em cada momento presente da nossa experiência. Na realidade prestamos pouca atenção ao corpo e, no entanto, o corpo dá-nos sinais constantes que espelham o impacto que uma determinada experiência ou até mesmo um pensamento está a ter no nosso bem-estar a nível físico.

Ao cultivarmos a capacidade de reconhecer estes sinais estamos mais aptos a geri-los de uma forma construtiva para que o reequilíbrio seja restabelecido. Por exemplo, a simples consciência de que os nossos ombros estão tensos e contraídos enquanto estamos a trabalhar no computador apressados para cumprir um determinado prazo permite-os conscientemente fazer uma ação para relaxar e descer os ombros.

 

Regulação Emocional: aprendemos a lidar com as emoções através do reconhecimento da nossa experiência emocional em cada momento da nossa experiência. Quando reconhecemos as emoções presentes convidamo-nos a notar essas emoções sem as reprimir ou nos envolvermos como se entrássemos num tornado em movimento espiral constante. Aprendemos a criar um espaço entre essa emoção e a resposta/ação de forma a reduzir a impulsividade e reequilibrar o estado interno emocional.  

 

 

Mais do que uma prática – mindfulness é uma forma de estar na vida – de experienciar cada momento presente da sua experiência porque a vida acontece apenas neste momento presente!

 

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